segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Com Cristo, por Cristo e em Cristo

Encerrou-se no último final de semana as festividades de São Benedito em Pedreiras. É inegável a profunda fé e religiosidade do nosso povo. Salta aos olhos o imenso bem da pastoral de excelência e maestria do Padre José Geraldo para a comunidade católica pedreirense. Mas algo me preocupa nessa alavancada da fé e movimentação religiosa toda em nossa cidade: é a priorização da religiosidade em detrimento da cristandade (2Co 03:06; Jo 06:63 e Lc 12:38-40). Isto é: muitos católicos assíduos nas missas e atividades da igreja, mas esvaziados de exemplos de vivência da mensagem cristã no seu cotidiano (Mt 23:03-07). Vejo tantos desses católicos praticantes defendendo a pena de morte, o aborto, a vingança, servindo ao dinheiro e aos bens materiais com mais zelo do que ao próximo, implacáveis com o erro do outro, desprovidos dos sentimentos cristãos de misericórdia, amor e perdão, excludentes, preconceituosos, ressentidos, orgulhosos e rancorosos (Lc 11:42-44). Servir a Deus é servir ao nosso semelhante. Não temos como amar a Deus se somos incapazes de amar ao próximo, inclusive e principalmente em sua limitação (Mt 22:36-40 e 1Jo 04:21). Não tem como sermos cristãos autênticos sem termos a capacidade de enxergar e acolher Cristo no irmão sofrido e necessitado (Mt 25:35-46). A mensagem cristã é clara: temos a obrigação de suportar, acolher e amar ao próximo em qualquer circunstância existencial (Jo 13:34). Não devemos amar o pecado. Mas temos a obrigação de amar o pecador. E só ir à missa e/ou participar de grupos religiosos não leva ninguém para o céu. A salvação vem por aceitar, sentir e viver Cristo a todo instante e intensamente! (1Pe 01:15; Jo 13:15; Cl 02:06 e 1Pe 02:21). E ainda segundo a Bíblia, fonte da Verdade, “a fé sem obras é morta” (Tg 02:14-26).

Até Mahatma Gandhi, hindu, não cristão, dizia que no dia que a mensagem central de Cristo – o amor (Mt 22:28) -- fosse praticada por todos que se rotulam cristãos, o mundo mudaria radicalmente para melhor. E nem leis seriam mais necessárias.

Ser chique hoje em Pedreiras é ser católico e estar engajado num dois mais de 40 grupos da igreja criados recentemente e usar uma daquelas indumentárias ou camisetas características de cada grupo. No entanto, não adianta rezar o terço toda segunda-feira à noite e praticar agiotagem (Dt 24:10). Nem fazer parte de conselhos da igreja e ser mau patrão (Lv 19:13; Dt 24:14). Tampouco distribuir a comunhão e ser incapaz de perdoar o outro (Mt 06:14-15). A palavra de Deus é taxativa: ou servimos a Deus ou a Mamom (deus que representa o dinheiro, os bens materiais e a luxúria)(Lc 06:13 e Mt 06:24).

Tomara que esse boom católico local reflita em breve na melhoria nas relações sociais e humanas em Pedreiras, com maior irmandade e justiça social, pois Cristo veio pregar esses valores e por isso foi rejeitado e morto. Seu primo João Batista, que veio abrir-Lhe os caminhos (Mc 01:07-08), no mesmo sentido, começou a combater a hipocrisia humana (Mt 06:16-18) e a pregar justiça social e mudanças nas práticas de relações humanas com mais compromisso do maior com o menor (Mc 03:10-14) e também foi morto (Mc 06:27). Dois mil e treze anos depois, que possamos fazer diferente e assimilar a essência desses ensinamentos e passar da profissão de fé à prática de fato da mensagem crística. Não adianta ir á igreja e continuar sendo “fariseu” e “saduceu”; estes mataram a Cristo porque acharam loucura sua mensagem revolucionária (1Co 01:21-23). É o que tão bem o Papa Francisco vem tentando fazer entender e praticar à igreja e seus fiéis. E que Papa extraordinário o espírito santo presenteou ao mundo atual!!!

Não há exemplo de vivência cristã maior do que o do nosso pároco. Exemplo máximo de renúncia, dedicação integral, caridade, amor, serviço e devoção ao ser humano. O Padre José Geraldo é cristão autêntico exponencialmente, apesar de ser sacerdote católico e a igreja católica nem sempre ser cristocêntrica. Ele é um defensor da vida e do ser humano acima de tudo. Contrariamente a outros sacerdotes, infelizmente, e a tantas outras de suas ovelhas mais próximas. E ser cristão autêntico é dever de todos nós; não é só para os de cima do altar, não. A estes cabe apenas o exemplo maior a ser seguido. Que a grandeza da pastoral de nosso pároco e seu exemplo pessoal possam nos contagiar e nos imergir no Cristo e daí possamos progredir da mera participação à prática da vivência crística diária em nossa casa, na igreja, no trabalho, na família, na rua... na vida toda e em todos os nossos momentos! Como Paulo saudava os cristãos: graça e paz a todos os cristãos -- católicos, protestantes, umbandistas, kardecistas e arreligiosos! Aleluia! Amém!

Allan Roberto Costa Silva, médico, ex-Vereador-Presidente da Câmara Municipal de Pedreiras, membro da Academia Pedreirense de Letras e da Associação dos Poetas e escritores de Pedreiras-APOESP. E-mails: allanrcs@bol.com.br e arcs.rob@hotmail.com









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